“CLEMENTINE BAKER E O MISTERIOSO CASO DO GALEÃO DE OURO” O ano era 1930 e o cenário o centro boêmio da cidade do Rio de Janeiro. Fazia frio naquela noite, alguns finos pingos de chuva traziam seu distante murmúrio e perolavam as ruas sob a luz dos letreiros de neón. As pessoas caminhavam apressadas, envoltas em seus agasalhos, sob os guarda-chuvas, ansiosas por chegar em casa. O cabaré, localizado na Rua Hilzéquio de Queiroz número 412, já havia encerrado seu expediente. O letreiro luminoso com as suas características letras garrafais já dava suas últimas piscadas. Logo, o velho bilheteiro do local, chamado Vespúcio, apagaria totalmente as luzes. Tudo havia ficado quieto e silencioso, a fumaça ainda flutuava no ar e o perfume das mulheres se misturava com o da cerveja e o suor. As cadeiras já estavam ajeitadas em cima das mesas redondas e as velas dentro das garrafas apagadas e frias. Tudo indicava que era hora de ir embora, no entanto, um dos clientes ainda permanecia no local