Tirando nomes como Gal Costa & Caetano Veloso, Gilberto Gil, Rita Lee e os Novos Baianos, grande parte da trilha sonora do filme "1972", de José Emílio Rondeau, é composta por canções de artistas da década de 70 que se tornaram desconhecidos. Alguns deles são lembrados ou ainda estão na ativa - caso de Toni Tornado, Egberto Gismonti ou Sá, Rodrix & Guarabyra. Outros são quase totalmente obscuros atualmente: A Bolha, Karma, Os Lobos, Grupo Soma, Os Brazões e Módulo 1000. Eles não estão no MySpace, mas já foram uma brasa, mora?
Pois todos esses últimos já valem a aquisição do CD. A faixa de abertura, "É só curtir", foi emprestada do repertório d'A Bolha, banda formada no Rio de Janeiro em 1968 e que encerrou a carreira no final dos anos 70. O delicioso refrão movido a teclados psicodélicos - "há um novo mundo lá fora, é só abrir / não precisa pensar, é só curtir" - transporta o ouvinte de imediato para os tempos da ditadura, mas também da imprensa (e do amor) livre.
O grupo surgiu como The Bubles, tocando sucessos alheios em shows e bailes. Acompanhou vários artistas como banda de apoio em shows e gravações, entre eles Gilberto Gil, Erasmo Carlos e Gal Costa. Em 1971, adotou o nome definitivo e passou a compor o próprio repertório. No ano passado, já com uma nova formação integrada por Arnaldo Brandão, Pedro Lima, Renato Ladeira e Gustavo Schroeter, o grupo voltou a se reunir para a regravação de algumas músicas para a trilha de "1972" - a outra é "Sem nada", que de início já lança uma guitarra à Hendrix que serve de cama para vocais femininos sujos e viajantes.
Da "escola Mutantes" vem a faixa "Miragem", da banda de Niterói Os Lobos, que chegou a gravar alguns discos nos anos 70. O rock psicodélico dos fluminenses antecede as guitarras de "Potato fields", do Grupo Soma, que contava com Jards Macalé naquela época e cantava em inglês, no melhor estilo "os nossos beatles". "Tão longe de mim", da banda Os Brazões - que não consta no Dicionário Cravo Albin de Música Brasileira - recheia o álbum de boas melodias e dá aquele clima "sem lenço e sem documento" que permeia o filme.
O suingue fica a cargo de Dom Salvador e o Grupo Abolição na instrumental "Guanabara" - outro ponto alto da trilha. A banda de soul e funk formada na década de 60 no Rio de Janeiro foi uma das precursoras do movimento "Black Rio", que seguia a tendência da soul music norte-americana - mas com muito estilo, claro. O grupo atuou no cenário artístico brasileiro até, coincidentemente, 1972. Alguns membros uniram-se a integrantes do grupo Impacto 8 e formaram a famosa Banda Black Rio. Dom Salvador, líder do conjunto, radicou-se em Nova York e retornou ao Brasil em 2002, estabelecendo-se no interior de São Paulo.
E, claro, há os medalhões da música brasileira. Sempre bom ouvir a voz de Gal em "Baby", de Gil em "Oriente" ou de Rita Lee em "Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida". Bom para relembrar os momentos dourados de alguns, que já não fazem mais música como antigamente...
Pois todos esses últimos já valem a aquisição do CD. A faixa de abertura, "É só curtir", foi emprestada do repertório d'A Bolha, banda formada no Rio de Janeiro em 1968 e que encerrou a carreira no final dos anos 70. O delicioso refrão movido a teclados psicodélicos - "há um novo mundo lá fora, é só abrir / não precisa pensar, é só curtir" - transporta o ouvinte de imediato para os tempos da ditadura, mas também da imprensa (e do amor) livre.
O grupo surgiu como The Bubles, tocando sucessos alheios em shows e bailes. Acompanhou vários artistas como banda de apoio em shows e gravações, entre eles Gilberto Gil, Erasmo Carlos e Gal Costa. Em 1971, adotou o nome definitivo e passou a compor o próprio repertório. No ano passado, já com uma nova formação integrada por Arnaldo Brandão, Pedro Lima, Renato Ladeira e Gustavo Schroeter, o grupo voltou a se reunir para a regravação de algumas músicas para a trilha de "1972" - a outra é "Sem nada", que de início já lança uma guitarra à Hendrix que serve de cama para vocais femininos sujos e viajantes.
Da "escola Mutantes" vem a faixa "Miragem", da banda de Niterói Os Lobos, que chegou a gravar alguns discos nos anos 70. O rock psicodélico dos fluminenses antecede as guitarras de "Potato fields", do Grupo Soma, que contava com Jards Macalé naquela época e cantava em inglês, no melhor estilo "os nossos beatles". "Tão longe de mim", da banda Os Brazões - que não consta no Dicionário Cravo Albin de Música Brasileira - recheia o álbum de boas melodias e dá aquele clima "sem lenço e sem documento" que permeia o filme.
O suingue fica a cargo de Dom Salvador e o Grupo Abolição na instrumental "Guanabara" - outro ponto alto da trilha. A banda de soul e funk formada na década de 60 no Rio de Janeiro foi uma das precursoras do movimento "Black Rio", que seguia a tendência da soul music norte-americana - mas com muito estilo, claro. O grupo atuou no cenário artístico brasileiro até, coincidentemente, 1972. Alguns membros uniram-se a integrantes do grupo Impacto 8 e formaram a famosa Banda Black Rio. Dom Salvador, líder do conjunto, radicou-se em Nova York e retornou ao Brasil em 2002, estabelecendo-se no interior de São Paulo.
E, claro, há os medalhões da música brasileira. Sempre bom ouvir a voz de Gal em "Baby", de Gil em "Oriente" ou de Rita Lee em "Hoje é o primeiro dia do resto da sua vida". Bom para relembrar os momentos dourados de alguns, que já não fazem mais música como antigamente...
https://www.youtube.com/watch?v=J42egoSzj20
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