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'Sound City’ ode à alma da música analógica



Sound City é o primeiro documentário dirigido pelo músico Dave Grohl. Lançado em 2013, conta a história do Sound City Studios em Van Nuys, Los Angeles, que foi fechado em 2011.


O vocalista da banda Foo Fighters, Dave Grohl mostra o Studio City, estúdio inaugurado em 1972 e que é considerado o mais importante da história em termos de gravação analógica nos EUA. Por lá passaram artistas e bandas como Neil Young, Tom Petty, Guns and Roses, Nirvana, Rage Against the Machine, Slipknot, Nine Inch Nails e Metallica.


Um estúdio, uma mesa de som cheia empoeirada e dezenas de músicos que venderam milhões de discos da mesma forma: fazendo música com paixão. É mais ou menos por aí que passeia Sound City, contando a trajetória do lendário estúdio que fica na Cabrito Road 15456, em Los Angeles, e como sua história se confunde com a história da música em si.


A lista é grande, mas o estúdio recebeu gente do naipe de Fleetwood Mac, REO Speedwagon, Rick Springfield, Nirvana, Metallica, Rage Against The Machine, Slipknot, entre muitos outros. Em meados dos anos 70 e primeira metade no início dos anos 80 o estúdio teve seu primeiro grande momento, com procura de diversos artistas devido à notável qualidade de gravação analógica, tendo como destaque o som da bateria, citado por muitos dos entrevistados como único.


No final dos anos 80, com o advento da tecnologia nas gravações, a procura pelo Sound City decaía gradativamente e o responsável por resgatar o estúdio das cinzas foi o Nirvana, com seu clássico improvável: “Nevermind”, de 1991, que abriu as portas pra toda uma nova geração que iria atrás daquele som de guitarras altas e cozinha fantástica que as mesas de som do lugar proporcionavam.


O que tornava o som do estúdio tão especial, segundo os artistas e técnicos entrevistados era a mesa de som Neve, produzida sob encomenda por um engenheiro, a mesa absorvia um som orgânico através de fitas, o que tornava o trabalho do produtor muito mais árduo. Outro detalhe era o espaço das salas, que naturalmente tinham um excelente poder de captação.


É curioso notar nos depoimentos, as falas sobre o aspecto do lugar, já que todos destacam a falta de organização e o aspecto deplorável do estúdio. Mesmo recebendo tantas estrelas eles nunca se preocuparam em ostentar aparência, mas sim com a música e as gravações em si.


Com a queda vertiginosa do mercado fonográfico e o avanço brutal das tecnologias de gravação que permitem que um cara grave tudo no seu notebook, o estúdio finalmente fechou as portas recentemente, mas um dos seus principais entusiastas, o diretor do documentário Dave Grohlresolveu comprar a mesa Neve e realizar umas jams com alguns dos músicos que passaram por lá, dessas jams nasceu a trilha sonora do documentário, que é fantástica, com participações de Trent Reznor, Josh Homme, Paul McCartney, Rick Springfield, entre outros. A trilha é arrebatadora.


Ao longo dos depoimentos, conforme a história é contada por gente como Neil Young, Tom Petty, Josh Homme e funcionários e produtores que trabalharam no estúdio, nota-se que o foco da produção é no amor que a música desperta, no quanto aqueles marmanjos são envolvidos afetivamente pela música.


É bonito de se ver e como Josh Homme diz: “A internet é ótima, mas ela não tem lojas de discos, livrarias e não tem o Sound City”, ou seja, muitas experiências fascinantes de caráter orgânico não podem ser adquiridas no mundo virtual.


David Oaski :whiplash


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